sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ó, grande dilema

Estou vagando no ar. Confuso seria a palavra adequada para um garoto de 18 anos que, literalmente, tem tantos caminhos na vida, mas suas pernas não se movem. Por que? Nem esse garoto sabe. Ele cambaleia para um lado. Dá um mortal para um outro. Volta, executando a dancinha do Michael Jackson. Anda um pouco, mas volta por medo, cansaço. Necessidade de um abrigo, quem dê casa, quem o alimente. Comoveria pouco se isso naõ estivesse ditando a minha atual vida. Porra, o teto da minha casa corroí as minhas costas, o chão escarifica meus pés, e palavras que ouço diariamente só prevêem futuros fracassos. Alimentos? Só fodem meu corpo, negativando dias da minha vida, através de uma dieta suja e comum. Estudo? Talvez  a pior crise cultural da minha vida, muita escasses do que há de mais interessante e cult na vida. Se tá tudo tão ruim, porque ainda não "ruua" e "my lar" em vez de dá o rosto para o diabo amassar? Pura insegurança, de nunca conseguir nada, ou de não conseguir manter. E isso me crucifica. Me desaba.

O tanto que eu tenho que resolver. O 3º ano, as bandas, projeto solo, o livro, a cirurgia, veganismo, a Unb, o neurologista, a ex-namorada, o curso e outros fatores que perseguem meus dias, e me impedem de, em si, progredir. Mas o pior de tudo, que talvez a solução de tudo que há de lastimavel na minha vida, esteja no que tanto preguei, que tanto acredito, mas que ridiculamente de olhos abertos não consigo aplicar: Atitude. Quantas vezes me faltou isso para seguir em frente. Quando vezes fiquei no meio fio, com medo de ser atropelado pelo carro, que muitas vezes, está andando a 20 km/h, há 200m de mim. Isso que me mata. Quando lembro que não estou bem, cursando minha faculdade, está com minha guria, está estável em uma banda, está escrevendo um livro e lendo outros, está com musicas voz & violão no myspace, está trabalhando em um lugar legal, está tendo paz em um lar, tudo por culpa do MEDO. O receio do fracasso. Me alertar disso, é uma dor, que em si me deixa confuso se fico parado ou se vou a luta. O único problema que ficar parado não terei expectativas de progresso, mas também me livra de muito caos, fúteis ou não, que tanto temo. Ir a luta, me dá chances de conseguir, mas enfrentar barreiras, se ferir gravemente e deitar no chão dos derrotados, me queima a alma ...

Está escrevendo aqui, apesar da tensão, é extremamente agradável. Relaxante. Sem preocupações, em uma noite de sexta-feira, é realmente, tentador. Mas o que fura meus órgãos é saber que toda a minha história de vida, não foi pra preencher esse espaço tão "inercio" da vida. Cresci com convicções de vitorias e trabalhos. Se alguem, ser util as minhas vocações. Chegar no ponto chave, cheio de chaves, e deixar se espalhar pelo chão, e derrepente uma dor nas costas, me impedir de junta-las, realmente, não faz sentido nenhum.

Tenho ânsia de vida. Mas devido a algumas dores, procurei outras ânsias. Saciei algumas, mas as tantas outras que abandonei, no fundo, estarão eternamente me cutucando, me suplicando para realiza-las. Talvez se as fizesse acontecer, todas as outras ânsias que adquiri na vida, possam enfim, se realizar simultaneamente. Quem sabe. Só sei que não aguento ficar com dias e dias, um pensamento só na cabeça: Preciso mudar. Preciso abandonar coisas, para adquirir outras. 

Ah, minhas pernas. Como elas doem. Será que me arrancaram?
Não sei. Só sei que não dá para andar de cadeira de roda.
Eu preciso vencer.
Preciso.
Se não,
tudo que me dediquei nos ultimos 23 meses, foram simplesmente, envão.
    

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