terça-feira, 9 de dezembro de 2008

mais uma vez



















Perdido. Seria a melhor palavra no meio de tantas que soariam de uma maneira muito mais melancólica, e de uma certo ponto de vista, idiota. Ao redor gira da maneira mais crua e cheia de grades, que todas as vezes que tento ultrapassa-las, me rasgam a carne da boca, do peito e da garganta. E o sangue, é o meu aperitivo do consolo de mais tarde. Consolo que fica na nostalgia do que valeu a pena e do que foi envão. Quando não, nostalgias que me fazem arrepender-me do que fiz, e principalmente [e na maioria das vezes], do que não fiz. Mata-me. Devora esse ser de pele sensível e dedos médios. Este ser que canta ilusões, sonha utopias e constrói castelos de areia. Um cavaleiro errante, que luta pela nobreza de sua profunda alma. A mesma que me protege com armadura de lata e escudos de seda. E me retribui, quando sim, com alguns beijos de princesas e donzelas. E lá se vai o cavaleiro ...

Aonde vai? Queimaram meu mapa. Pergaminhos pegam fogo. E a chuva desseca minha armadura, e dissolve tudo que ha de belo e totalizante. Fico inconsciente. E quando acordo, apenas há um copo de veneno de escorpião. Bebo? Banho-me. Para continuar minha jornada sem inimigos que possam me devorar. E mesmo com isso, o coração vai apreensivo e cheio de rancor e escárnio. E os pulsos, cada vez mais firmes.

E logo chove. E o veneno vai junto com a água que a estação me presenteou. 

Banhei-me outrem em dias assim. De tão comuns, chegam ser incomuns. E a dor da solidão parece atiçar, acordar depois do ritual da restrospectiva&perspectivas do seu Eu&afins. Dói em não tem alguem pra ligar de manhã. Mandar um recado no orkut perto do almoço. Gravar "o melhor do hits" para no dia seguinte presenteá-la. Ou mesmo, lê um mensagem de celular dizendo:"Boa noite, te amo". 

É padre Blog, sinto falta disso. E tudo corre atrás dos carrinhos de autoramas, até no momento em que resolver acreditar em minhas próprias pernas, e envergar mais minhas asas, confiar no ventos e tatuar vidas da maneira mais orgânica e sincera possível.

Não sou um bom jogador. Por isso a arte da lábia nunca me coube. Mas sei perder em poker, empatar no xadrez e quem sabe se tiver um bom parceiro, ganhar no truco. Basta saber acreditar na magia dos dados, na força dos peões e na leveza das cartas. E claro, em olhares de estranhos quando dizem "sim".

Só não sei como.

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