domingo, 9 de novembro de 2008

discursos vazios

















Hoje acordei de madrugada. Assustado. Tenso. Olhos bem abertos. Entre-abertos. Tive um sonho ruim. Um sonho que traduzia da forma mais resumida as ultimas 24 hrs. É difícil lidar com fatos que te chocam de uma maneira tão infantil, talvez de tão lógica, você se predispõe a se render ao que já tanto te machucou. A maneira direta do problema, não é algo que se fale em 4, ou 6 palavras, e sim, o que se entende da letra depois de ouvir uma musica de melodia tão doce e alto astral. O mistério do que ninguém entende. Inexplicavelmente irritante. Dolorosamente inevitável. Ironicamente irritante.

Do que estou falando? De amor, meu caro. Amor próprio. Amor aos outros. Amor sem segredos. Amor sem malicias. Um amor que escorre o corpo como um acido, e o sangue faz companhia ao que tanto corrói. Causa ódio, porqueres, e muito mais o que nem eu mesmo sei explicar, expressar. Apenas digo que doi saber como as coisas acontecem, e não tenho escudos p/ me aprotejer. Levo direito. Sem chances p/ uma contra-ataque. Se não é teu pai que te excomunga e desorienta, é o ouro lá fora que queima teu olhos, e espreme teu peito. Dá falta de amor, de coragem, entusiasmo. Mas sei que nem tudo é poesia.

A madrugada é sem duvida, sua igreja. Te faz orar com olhos entre-abertos, deitado na cama, contemplando a escuridão e o mais vagarosos pensamentos do subconsciente. Lembrar desse sonho é como lembrar de não ter pena de si mesmo. Escarra-me, mas não me contemplas como em um quadro de Van Gogh durante sua vida. Algo tão rejeitado que me faz gritar o porque se tenho asas p/ voar, pulmões p/ gritar, pernas p/ seguir e uma ideologia pra me guiar. Literalmente, fico sem direções a tomar. Ou se são tomadas, tem aquela cara de "o que eu estou fazendo mesmo?". Isso me destroi. Talvez seja porque na primeira vez que fui voar, voei tão alto, que fiquei sem ar, e tive uma queda-livre, de km's e quebrei mãos e pernas, me deixando confuso com tudo que sempre tive certeza de ser ou fazer. Muitas vezes as coisas acontecem, e eu fingo que não houve nada. Mas sempre, lá na frente, alguém ou alguma coisa vem bater a porta ...

E aqui me vejo. Impreciso nas palavras. Escrevendo com o coração apertado. Sabendo que meu rosto está criptografado com minhas cicatrizes. Nasci no lar errado. Cresci com uma concepção errada. Amei pessoas erradas. E odeio a pessoa errada.

Delicado e exagerado ... ha, entre tantos termos que traduziram minhas diretrizes, talvez "o cão sem família" seja meu slogan de vida.

O mal vai ter fim?

Preciso de um rumo. Sem um porque, não tem por que ...
e já não aguento mais.

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