sábado, 25 de outubro de 2008

boneco de trapo

Moda punk? Quem se importa. Vestir o que quer é um processo muito valioso do "querer" sobrepondo o "poder". Não entendeu? Serei claro. Quantas vezes saiu de casa sem dar belas olhadas no espelho, não para sua satisfação, e sim, para imaginar o que os outros vão falar? É por ai que se é movido por comentários, bla-bla-blismo, elogios, piadinhas e sugestões.

É claro, há uma nítida influencia do que você admira para assim se perfazer desta admiração física. Quem nunca quis ficar com alguém que sempre idolatrou? Ninguem admite, mas de uma 
forma direta ou indireta, somos um produto visual de um outro produto visual. Por mais que não seja proposital, a evidencia é clara, quando se faz um estudo das raízes do que se contempla. Adoro punk. O protesto visual das roupas velhas, rasgadas, pinchadas, me enche os olhos e auto-estima. Mas sei, que há 30 anos atras adotaram esse estilo pra vender. Viviane Westwood [respectiva mulher do empresário do Sex Pistols] foi a mestra disso. Por isso, 
ouve-se muito por ai que os trajes dos punks não passam de uma moda ultrapassada. Mas claro, como tudo na vida, foi algo copiado, nesse caso especifico, quem veio com a proposta da roupa rasgada foram os jamaicanos. Sabe, pobres usam roupas, que ficam velhas e rasgam. Nessa, vários indivíduos pobres convertidos ao punk aderiram a isso, na qual, até hoje nota-se esse apelo.

E eu uso roupa fodida mesmo.

Já me pararam e perguntaram: 
- Cara, você é grunge?
- Olha, curto muito Mudhoney, Melvins, aquelas bandas de Seatle ...
- Pode crê. Percebi pelos trajes
- [Um jeans por custurar ... bemmmm por costurar]

Mas hoje passei na rua e uns mini-cretinos gritam: 
- Foi pra guerra nem me chamou?
- Haha [respondi com um sorriso].

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